EMBALAGENS FLUORETADAS
A permeação de compostos orgânicos através de embalagens plásticas e um fenômeno natural que normalmente está associado a ocorrência de muitos problemas de qualidade e de estabilidade do produto acondicionado como, por exemplo, perda de peso, perda do princípio ativo, perda ou desequilíbrio do aroma etc. Além disso, também está relacionado com problemas estéticos como colapso das paredes da embalagem, ataque a tintas e adesivos extemos, contaminação do ambiente de estocagem etc. Esses problemas são comuns as mais diversas classes de produtos, a exemplo de solventes, tintas, desinfetantes, defensivos agrícolas, produtos automotivos, derivados de petróleo, produtos farmacêuticos, alimentos, entre outros. As tecnologias de fluoração de embalagens plásticas, em geral, de polietileno de alta densidade (PEAD}, objetivam aumentar a barreira do material a permeação de compostos orgânicos, contribuindo para a redução dos seus efeitos adversos. 0 processo de fluoração se baseia na formação de uma camada barreira fluoro carbônica na superfície do polímero. Ocorre uma reação química na qual átomos de flúor substituem permanentemente átomos de hidrogênio da cadeia polimérica, formando um polímero altamente fluoretado. A reação real que ocorre e complexa e depende dos parâmetros de processo.
A fluoração altera características do polímero como polaridade, energia de coesão e tensão superficial, fatores que contribuem para reduzir a solubilidade de compostos orgânicos no polímero e, consequentemente, para diminuir a permeabilidade da embalagem. A fluoração de embalagens de PEAD e, em especial, eficiente para diminuir a permeabilidade de solventes apolares, porém pouco eficaz em relação a compostos clorados. Como a fluoração modifica apenas as moléculas da superfície, a camada barreira tem apenas de 0,2 a 0,5 um, as propriedades mecânicas da embalagem como resistência ao impacto e a tração, não são comprometidas.